Postagem em destaque

Reaja! Responda à consulta e vote NÃO no site do Senado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Roger Waters lembra que não é Trump e nem Bolsonaro e taca um #EleNão

Precisamos falar sobre o show do Roger Waters em São Paulo.

Eu tinha muitas expectativas pra esse show e, dentro delas, duas certezas:
1. Roger Waters se posicionaria contra Bolsonaro;
2. Ia dar problema.

Eu preciso começar falando que não tem como esperar posicionamento diferente do integrante de uma banda com albuns como The Wall, Animals e The Final Cut. Quem achou um absurdo o que ele falou, definitivamente passou a vida toda ouvindo OUTRA banda.

Agora, voltemos ao início. O show começou com fortes críticas ao Trump e à política antirrefugiados que ele defende. Nessa hora o estádio do Palmeiras concordava em uníssono, urrando palavras de amor ao baixista do Pink Floyd. Todas as vezes que o Trump apareceu no telão as pessoas gritaram, estavam achando a crítica excelente.

Eis que Waters encerra o primeiro bloco do show anunciando um intervalo de 20 minutos, durante os quais foram projetadas diversas frases no telão com teor político e humanitário (seguem algumas imagens no post). A expectativa de pessoas que, como eu, ouviram Pink Floyd a vida toda e tinham total compreensão dos assuntos abordados nos discos, era grande. A qualquer momento um nome ou uma hashtag apareceria. E apareceu. Na sequência da frase “RESISTA AO NEO-FASCISMO” apareceu uma tela com exemplos de neo-fascistas pelo mundo. Trump apareceu. Putin apareceu. Bolsonaro apareceu.

Nessa hora, a plateia explodiu com diferentes reações. Uns (eu inclusive) quase perderam a voz de tanto gritar a favor da crítica. Outros... ah, os outros... os outros que até aquele momento estavam IDOLATRANDO Roger Waters, passaram a desprezá-lo. Gritos de “ESSE VELHO GAGÁ NÃO SABE O QUE ELE TÁ FALANDO”, “VAI TOMAR NO CU SEU FILHO DA PUTA”, “EU VOU EMBORA DESSA MERDA”, “EU QUERO MEU DINHEIRO DE VOLTA”, “QUEM TE PERGUNTOU, SEU MERDA?”.

Ué... mas você não era O maior fã de Pink Floyd até então? Você não ouviu TODOS os albuns? Você não foi em 700 shows? Como que você não sabia que isso aconteceria? Você realmente achou que Roger NÃO se posicionaria?

“Ah, mas não é da conta dele o que acontece no Brasil.”

Ué... mas você não tava achando O MÁXIMO ele criticando o Trump até agora? Sendo tão fã de Pink Floyd assim você deve saber que a banda é inglesa e, portanto, o que ocorre nos EUA “também não é da conta dele”.

Vocês acham que parou por aí? Mas é claro que não. Houve um momento incrível em que o prisma da capa de Dark Side Of The Moon foi projetado na plateia. Em seguida, no telão, a imensa hashtag: #ELENÃO. Foram quase 5 minutos de gritos favoráveis misturados a vaias. Quando Waters finalmente conseguiu falar, lembrou a plateia de que ele sempre foi defensor dos Direitos Humanos (meu, o cara perdeu o avô na Primeira Guerra Mundial e o pai na Segunda, ALÔ!) e que, portando, jamais seria favorável a um discurso de exaltação de torturador. Nesse momento ele recebeu vaias. SIM, MEUS CAROS. AS PESSOAS VAIARAM A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS NO SHOW DO ROGER WATERS. Em seguida, lembrou a plateia de que ele é fortemente a favor da democracia e que estamos passando por eleições importantes e que ele não gostaria de viver sob o governo de alguém que acha que a Ditadura Militar foi algo bom (nem eu, Roger... nem eu).

Após muitos e muitos e muitos gritos favoráveis, misturados a muitas e muitas e muitas vaias, Roger Waters começa a cantar Mother.

Esse ódio passa longe de ser pelo PT. É ódio de gente.

Hoje, mais do que nunca, eu grito: ELE NUNCA!


Nenhum comentário:

Postar um comentário